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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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11
Abr06

Terrorismo

Cereza
Numa altura que em que se fala na "vontade" dos Estados Unidos invadirem o Irão, acho que vale a pena recordar este tema do terrorismo, escrito pela Queen Akasha.
         

            
          
Terrorismo há muitos tipos. Há o de estado, há o de grupos, há o do solitário que ousa falar contra a politica do seu governo.
A definição de terrorista está extraordináriamente difusa, e começa a ser usada para justificar acções menos claras. O quadro legal está a ser alterado e dentro em breve será possível classificar um grevista como um terrorista, pois está a perturbar.
 
O de estado é disfarçado de muitas coisas, mas seja qual for a desculpa, não há que enganar: uma invasão militar em que se bombardeia a população civil, se explodem com todas as infraestruturas e se envenena a terra com tonelada após tonelada de urânio empobrecido (sim, pobres de quem levam com ele) não pode ser considerada uma acção humanitária, A MENOS que estivesse a ocorrer uma chacina em massa e isto fosse o menor de dois males. Como a que se deu no Ruanda e não foi evitada? Mas afinal, perdoem a expressão, não passavam de pretos.
 
Agora fala-se muito do esforço de reconstrução.
É um objectivo importante, e há uns malandros que se lhe opõem. É uma acção humanitária, afinal? Atentem na palavra, constituída por 2 partes:
RE
construção.
O "re" é o ponto importante. Pois se as pessoas têm falta de água, andam a beber de poços inquinados, têm fome, não têm hospitais nem centrais eléctricas é por uma razão apenas, porque os américas explodiram com tudo isso. Nada mais.
 
Eles não estão ali como construtores, mas sim a reparar uma pequena parte da porcaria que fizeram e a dizer que estão a ser uns humanitários incompreendidos.
 
O Saddam era um tipo tenebroso e merecia a morte. Tanto ele como os seus filhos, e de uma forma particularmente dolorosa que servisse de exemplo. Seria de incluir todos os asseclas e patifes que comiam do mesmo prato, e deu-me gozo saber que aquelas criaturas estavam mortas. Só espero que o pai não se escape - e dai, espera. Deixa-o sobreviver muitos anos, a lembrar-se de quando realmente vivia e vivia bem, e mandava num país. Deixa-o lembrar-se dos filhos que já não tem.
Mas que mal fizeram os desgraçados que por lá andavam a conduzir autocarros e a varrer ruas e que foram os alvos reais de bombas e balas?
 
Quanto ao dano nas infraestruturas, não sei quem aqui tem o mínimo conceito de táctica operacional, mas, para uma campanha rápida como aquela era suposto ser, rebentar com centrais e infraestruturas tem um efeito mínimo. Seria um passo a tomar numa guerra prolongada, para limitar a capacidade do inimigo de recuperar e de construir material de guerra, mas nunca - NUNCA - para uma guerra curta.
 
As infraestruturas seriam algo a preservar, para permitir limitar os gastos logisticos com o sustentar da população, e para permitir uma rápida instauração de um governo próprio. Deste modo, limitava-se a presença a um mínimo indispensável, e saía-se com o mínimo de danos à população e sem mais delongas.
 
Uma campanha rápida necessita apenas de um máximo de violência aplicada às forças do inimigo, interditação da sua capacidade aérea e de reconhecimento e eléctrónica, e de um avanço súbito com corte de ligações.
Mais ou menos o que na realidade ocorreu, embora tenham sido desajeitados. Viu-se que a logistica falhou. Mas afinal de contas, são apenas Americanos. Um exército Alemão dos tempos malfadados do Hitler ter-se-ia portado melhor, ou mesmo um daqueles exércitos russos que em 1944, quando os Americados levavam chumbo na Omaha beach, iniciaram uma campanha que cilindrou um grupo de exércitos inteiro e avançou 700 kilómetros de uma assentada.
Mas são Americanos, tem que se compreender.
 
Voltando ao tema, reparem nisto - 95%+ de todo o dano à população causado por essas medidas deu-se DEPOIS da vitória, não antes.
 
Também não foi uma coincidência ter-se permitido todo o dano cultural que se seguiu à conquista, quando protegeram o ministério encarregado do petróleo e na rua em frente se deixou pilhar o maior museu de história de todo o médio oriente, com peças que são uma herança da humanidade.
 
Também não estranhem a miséria da população, a fome e a falta de medicamentos, causada por um bloqueio feroz de uma década para cá. As mortes e deformações de crianças cujos genes foram envenenados por urânio de balas.
 
O Iraque foi o alvo de uma campanha sistemática de empobrecimento e miséria, e este ataque foi o toque de caixa.
Não se pretendia, de forma alguma, sacar o Saddam e deixar os Iraquianos sozinhos. Foi necessário criar dependência, razões para manter lá as tropas, a presença, e iniciar o negócio da reconstrução... dos poços. Não se lembram como mesmo durante o assalto se dava imensa importância – e temia-se – aos campos de petróleo?
 
O que se pretendia era apenas estabelecer um governo que apenas tomaria ordens de Washington, manter tropas no local que se pagariam a si mesmas – com lucro – à conta do petróleo e seriam uma faca apontada à barriga de todos os países da zona. Depois os Iraquianos passariam as próximas décadas de barriga no chão a cantar ossanas à democracia e escravizados a pagar as dívidas internacionais assumidas tanto pelo Saddam como pelos seus conquistadores.
E provavelmente não se safam disso; tenho a fantasia que um dia surja lá um governante que diga "metam as dividas no traseiro. Não as reconhecemos", mas isto é irrealista. Não o poderiam tolerar.
 
Para pagar juros, o Saddam não era um criminoso. Para fornecer petróleo também não. Para limpar curdos e lutar contra o Irão também não.
Mas já foi um criminoso – e burro – quando quis passar a negociar o petróleo usando o padrão Euro, não o dollar. Sabiam desta? Os américas ficaram lixados, porque outros países da zona ficaram interessados na ideia.
 
Reparem que a ideia básica – e falhada – era mostrar ao mundo um Saddam a ser expulso do seu palácio num dia, meter um consul americano durante uns meses e depois fazer com que uma população submetida aceitasse um governo fantoche. Este seria depois declarado como incapaz de tomar todas as funções e precisando ainda do auxílio. Isso daria para uns tempos, com muita televisão sobre a reconstrução.
Mas os malandros não colaboraram. Em vez de flores, deram granadas aos americanos. Que ripostaram recheando carros com famílias de chumbo de canhão. E a coisa descambou. E tem descambado desde então.
 
Detesto o Saddam. Não tenho respeito pelos países do médio oriente, governados por umas elites que se enchem deixando os seus súbditos na miséria quando, com os recursos da zona, podiam ter criado uma renascença. Mas tenho que respeitar uma população que, embora ignorante e carregada com uma religião que lhes enche a vida (como foi o caso da europa em tempos felizmente já passados), tem uma força de vontade ináudita.
 
E compreenderam que esse recurso é só deles, deles e dos israelitas. O mundo ocidental ganhou uma sensibilidade exacerbada e não tolera mortes. Os americanos berram e gritam por terem tido 600 mortos. 600? Uma batalha como a de Kursk teve perto de um milhão de mortos, quando todo o pó assentou.
 
E aqui vamos ao terrorismo de grupos.
Eles usam o terrorismo como recurso porque não têm outros. A opinião internacional está-se a borrifar para eles. Exércitos convencionais seriam como formigas ao pé de um lança chamas contra os américas ou mesmo contra a europa. Os israelitas fazem deles o que querem, tendo um dos exércitos mais duros do mundo (em oposição aos americanos, que são extremamente bem equipados, mas um bocado moles). Não têm força aérea nem marinha. Artigos no jornal? Não me façam rir. Votar? Em quem? No quê? Onde?
 
Partem então para a violência. E é verdade, são terroristas. Abater trabalhadores num comboio é totalmente repreensível. Infelizmente estes terroristas não sabem onde tomar acção, nem como, e por isso explodem indiscriminadamente, tentando com o terror e o meio ganhar... nem eles sabem bem o quê. Se for para la um Yasser Arafat, inaugurarão uma nova era de corrupção e nepotismo e nada, nada mudará.
 
Mas eles continuam, porque não sabem que mais fazer e querem magoar o mundo que os magoa.
 
Felizmente têm pouca imaginação.
Queen Akasha
 

Já está a andar o "Conto do Urhan Jungle" . A nossa história escrita a várias mãos, já tem prologo (Flyman) e o primeiro Capitulo escrito pela nossa Morgaine e o segundo pela SecretSmile! Agora quem se segue?

Para acederem ao Conto UJ, têm de ir ao seguinte endereço: http://contouj.blogspot.com/ . Adicionem-no já nos favoritos. Vou por este endereço na barra lateral aqui do UJ.

 

Quem quiser escrever o capitulo seguinte, é favor deixar nos comentários do blog Conto do Uj. Por falar em comentários... USEM-NOS!

 

 Espero que gostem!

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