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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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22
Jun06

Nascer Mulher

Cereza

"...Games, changes and fears
When will they go from here
When will they stop
I believe that fate has brought us here
And we should be together..."



Numa família com seis mulheres e quatro homens, ser do sexo feminino sempre foi ser especial.


Os meus pais faziam com que nos sentissemos bem.
Recitar poemas sempre fez parte dos hábitos lá de casa... Camões...Florbela Espanca...Mário de Sá Carneiro e tantos outros, eram os nossos heróis.
O meu pai pegava em cada um de nós e enquanto nos deitava, um a um, dizia-nos poesia - talvez os versos mais importantes para ele - e eu adormecia naquele enlevo de quem se sente abraçada por palavras.
A mãe, olhava embevecida, enquanto me aconchegava a roupa.



Mais tarde percebi que ele, como homem, me queria passar um testemunho.
Cada gesto, era de amor. Era tudo tão natural como dançar.
Sim eu dançava com ele - foi o meu primeiro par, rodopiava nos seus braços como uma pena e era um prazer enorme voar ao ritmo da música - ou passeavamos à noite, quando chegavam as primeiras noites quentes, levava-me às cavalitas a percorrer o jardim lá de casa!
Foi o primeiro cavalheiro da minha vida.



Alguns homens já se esqueceram que apesar de todo o nosso sucesso, gostamos dos pequenos detalhes: Que nos digam que estamos bonitas, nos olhem, nos abram a porta do carro, nos acompanhem num jantar à luz das velas, nos leiam um poema, conversem, nos entendam...!
E tudo isto porque lutamos pela igualdade e tudo se transformou numa cilada.


Mas eu sei que nos braços daqueles que amamos podemos voltar a voar numa dança sem fim, mesmo que isso seja só imaginação...
Às vezes é preciso aprender a perder... E ganhar sobretudo a dignidade de ser MULHER!

 

xinxa


Comentário em Destaque:

De WG a 23 de Junho de 2006 às 15:51

"...Em termos de bitaites, gostava de dizer que nós homens também gostamos de detalhes. Não serão, nem teriam que ser, é os mesmos detalhes. Pena é a versão feminina de cavalheirismo nem sequer existir em conceito, quanto mais na prática. E sim, concordo que é um conceito difícil de conciliar com a igualdade de direitos, para não dizer impossível. Só não é impossível porque acho que existe uma maneira de o conciliar: inventar-se e aplicar-se na prática a tal versão feminina do cavalheirismo..." (cont.)

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