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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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16
Dez05

Amar...

Cereza

Um tema muitissimo interessante proposto pela Tex


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Podemos amar duas pessoas ao mesmo tempo?


As implicações de qualquer resposta, a esta pergunta, sim ou não, envolvem dois níveis de realidade: a dos sentimentos e a das convenções sociais.
Além dos instintos, possuímos uma consciência capaz de regular o nosso comportamento. Há também a convenção social que determina quantos parceiros alguém pode ter. Dependendo da cultura, da sociedade ou da época histórica, esse número pode mudar. Na sociedade ocidental cristã admite-se a monogamia. O amor por uma única pessoa é um comportamento relativamente recente na história da humanidade. A partir do surgimento do amor romântico, o homem passou a regular o seu comportamento admitindo apenas um parceiro.

Isto não impede que nós possamos desejar outras pessoas. Mas nem por isso somos forçados a sucumbir toda a vez que nos sentimos atraídos, uma vez que a construção de uma relação exige entrega e energia. Compreender que o sentir não é construído, mas que a relação é.
O amor, a paixão têm movimento próprio, são potencialmente ilimitados. Não se subordinam às conveniências nem à vontade.

Se alguém ama duas pessoas e vive numa sociedade monogâmica, terá de enfrentar o conflito entre os seus sentimentos e os sentimentos das pessoas envolvidas. A sua decisão não poderá excluir nenhuma das partes e vai envolver sacrifício e comprometimento com as consequências da sua escolha.
Contudo, não há dúvida de que podemos amar várias pessoas ao mesmo tempo. Não só pais, irmãos, amigos e filhos, mas também aqueles com quem mantemos relacionamentos afectivos. E podemos amar com a mesma intensidade, do mesmo jeito ou diferente. A questão é que nos obrigamos rapidamente a fazer uma opção, descartar uma pessoa em benefício da outra, embora essa atitude costume vir acompanhada de muitas dúvidas e conflitos.

Mas afinal, porquê tanto medo de amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo?
Existe uma certa “mesquinharia afectiva” que se desenvolveu a partir da crença de que somente através da relação amorosa com uma única pessoa é que nos sentimos completos. Não é à toa que exigimos que o outro seja tudo para nós e nos esforçamos para ser tudo para ele. Mesmo à custa do empobrecimento da nossa própria vida.
Eu acredito que podemos sentir amor por várias pessoas. É o amor incondicional, o amor pelos pais, pelos amigos, pelo namorado, pelas amigas. Acho que é contra a natureza humana amar só uma pessoa.

O amor não deve prender, muito pelo contrário deve libertar. O amor não mata, não destrói, mas une as pessoas e não somente duas pessoas, mas pode unir a humanidade.
E no entanto acredito não ser possível estar-se apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo. A paixão é um sentimento absoluto de entrega e não comporta mais do que um protagonista. O amor, por sua vez, é um sentimento menos obsessivo que a paixão. Acredito que qualquer relação duradoura deve ser composta de amor e surtos de paixão. Sem esses "surtos" o amor torna-se um sentimento difuso no que diz respeito à exclusividade. Isto porque é possível amar-se não só duas pessoas mas o mundo inteiro :)


Tex


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