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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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14
Fev06

O Cartoon da discórdia

Cereza

Dois "paineleiros" deste blog, resolveram escrever sobre um tema de extrema importancia e actualidade.... O cartoon da violência!

O "cartoon" foi publicado num jornal dinamarquês e depois reproduzido noutros órgãos de comunicação social europeus, e retrata o profeta Maomé vestido como uma bomba, com um rastilho a arder. Ora aqui não está apenas em causa a violência que daqui derivou, mas sim, a liberdade de expressão!

E se fosse um cartoon de Cristo, vestido exactamente da mesma maneira? E se fosse o Bush, Blair ou Socrates?

Estou certa que estes dois posts irão gerar alguma controvérsia. Duas opiniões, dois pontos de vista... do Suicidal, e da Tex ( os textos foram expostos, por ordem de chegada )






As Caricaturas de Maomé, Questões Religiosas
e Cartoons


Toda a gente se apercebe do que se passa nos paises islâmicos neste últimos tempos.
Invasões a embaixadas estrangeiras (Dinamarca e Noruega), revoluções, picardias por parte dos crentes de Alá a campos militares estrangeiros, açoites simbólicos acompanhadas de danças não menos importantes. E tudo deve-se ao facto de um desenho... UM DESENHO!!!

Ora não sendo eu propriamente um crente ( sou-o à minha maneira no que eu acredito) beato nestas questões que levam sempre ao mesmo lado... confusão, paradoxo, ambiguidade, dogmas e enigmas, são fosse isso uma norma nas discussões sobre religião e fé.

Como alguns já devem ter pensado vagamente sobre isto, devem ter chegado ao seguinte raciocinio: “ Como é possivel fazer tanto pagode por causa de uma caricatura??? É só mais um desenho, ora bolas!”

Depois de divagar um pouco e colocar a questão sobre o joelho, fazer mentalmente relacões entre vários campos que a questão envolve e subtraindo factores arrepiantes comuns a esta religião (como o fanatismo), criei o que se pode chamar de tese ou discurso sobre o assunto sob um ponto de vista algo interessante.

Eis aqui uns dados históricos ancestrais roubados às urmas do tempo:

A arte da pintura renasce desde o homem primórdio sob a forma de diário gráfico: As pinturas na pedra são tão velhas como a caça.
A religião remonta aos relâmpagos que trouxeram o conhecimento do fogo ao homem. Se bem que esta religião primórdia tenha características mais semelhantes com a fé ou crenças do que com a religião em si.
Ao descobrirem o manuseamento da pedra, do fogo, e a inovação da agricultura, tornaram-se semi-sedentários, com isso evoluiram para tribos mais complexas e houve a necessidade de criar prioridades sociais, funções ou cargos de acordo com a tarefas de cada um nesta mini-sociedade. Nasceu a política. Vou chamar á relação-evolução comum entre Política-Religião-Pintura como “Anel de Fogo”

A pintura ( aqui toma mutações como, arquitectura, escultura, etc...), a religião e a política desde essa altura evoluiram sempre com o homem. Em várias eras e impérios nota-se a velocidade de evolução das três. Notam-se mais evoluções rápidas e estonteantes em épocas como: Idade do Bronze, Grécia Antiga, Idade Negra( um recuo na evolução do “Anel de Fogo”), Renascimento, Iluminismo e Idade Contemporânea. Escolhi aleatóriamente estas fases porque é onde se notam transformações significativas e importantes no “Anel de Fogo”.

Mas isto não é tão simples como coloco aqui neste raciocinio! Ora vejamos: coloca-se aqui o “Anel de Fogo” como uno mas não é assim! Houve tantos Anéis de Fogo (imutáveis ou n, o comércio tornou-se importante para as relações entre civilizações) como tantas civilizações houveram! Assim, colocamos o Auge da relação de dois mundos conhecidos como o Auge do Império Romano de Marco Aurélio. A seguir veio a Idade Negra e com ela... As Cruzadas, que no sentido mais lato ( se bem que no aprofundamento da questão, posso entar em erro mas que não importa para a análise da questão em si. Esta separação já se nota desde a desmoronação da Grécia Antiga ou na destruição enigmática de Creta) foram a separação do Mundo Ocidental do Mundo Muçulmano. Dois “Aneis de Fogo” distintos.

Aqui entramos na nossa era... na actualidade. No mundo Oriental se bem que nas várias evoluções que teve, por vezes evoluções drásticas (notar algumas como: Alquímia, Fogueira das Vaidades, Maçonaria, Revolução Francesa, Duas Grande Guerras, etc...). o “Anel de Fogo” Ocidental sofreu uma evolução diferente do “Anel de Fogo” Medio-Oriental (que sofreu uma estagnação( a primeira vez que o Mundo Ocidental reparou nestas diferenças foi na Guerra Fria.)).

Omiti um factor que evolui de modo análogo ao “Anel de Fogo” que é importante: A crítica sob a forma de informação! A crítica sob a forma de pintura ( muitas vezes aparece sob a forma de Cartoon) é directa, letal, e de muitas maneiras cómica. Cartoons como “Calvin and Hobbes” entre outros, transmite uma crítica directa ao “Anel de Fogo” da sociedade Ocidental. Esta crítica é aceitável no Ocidente, graças ao lado “cómico” dos Cartoons mas porque a maneira de processamento da informação é muito liberal ( basta ver os preços destas obras para relacionarmos estes cartoons como colecções de grande valor informativo, sentimental ou com outras razões). A evolução do “Anel de Fogo” do Médio-Oriente, sofre uma evolução a seu passo! Basta reparar na comparação que o Mundo ocidental faz com o Médio-oriente ao dizer que ainda andam a braços com uma Inquisição(não vale a pena entrar em análise porque o discurso já vai extenso.).

Com este discurso acho que vos dei mais ou menos o “sumo” para chegar à minha tese que têm conclusões diferentes consoante a pessoa.

Partilho-vos a minha conclusão: Depois desta moral cansantiva para muitos e reparar em factos e em factores omitidos por serem vastos, cansativos, pormenorizados e por vezes com pouco interesse para quem não se importa, não quer saber, etc... chego à conclusão que não se pode culpar os criadores das Caricaturas de Maomé, ocidentais como são, que banalizaram uma figura central do Mundo Islâmico. A culpa não é deles... mas sim de dois mundos distintos. Inocentemente, os jornais publicaram os cartoons sem tomarem consciência que, apesar do mundo Ocidental achar engraçado os desenhos, os Muçulmanos iriam se sentir ofendidos por “banalizarem” o seu profeta. Isto prova um ponto de vista pessoal: o mundo Ocidental evoluiu sempre de maneira interior, para si mesmo e à sua maneira com poucas lições a receber fora do Ocidente! Como velhos inimigos, o mundo Muçulmano, recusa-se a aceitar lições dos Ocidentais para seu próprio proveito, ao contrário de outras Nações ( Japão, Coreia do Sul, Malásia). Estes cartoons e a polémica envolta neles são a prova que o Médio Oriente tem um modo de pensar muito diferente do Ocidental e que levam a peito coisas que o Ocidental vê como banais e de algum modo frivolas. Se se fizesse uma caricatura ou desenhos de Jesus (como existe) decerto que não havia tanta polémica.



Suicidal Kota





maome.jpg




Liberdade de expressão?


Já não é de agora que me irrita a desculpa da liberdade de expressão para se dizerem ou fazerem um sem numero de ultrajes.
Todos entendemos que a liberdade de expressão, é o suporte vital de qualquer democracia. No entanto, não podemos esquecer que o exagero pode torná-la prejudicial e danosa.

A liberdade de expressão é um direito fundamental sim, mas não é absoluto, e não pode ser usado para justificar a difamação, a subversão, a ofensa ou intimidação.
Quando é que o direito à ofensa se transformou em liberdade de expressão? Quando a liberdade de expressão se transformou em poder, digo eu.

Liberdade de expressão não é dizer (fazer) tudo o que se quer porque se pode. E lá temos os liberais a defendê-la com unhas e dentes. Têm de perceber que essa liberdade que pregam é presunçosa. A liberdade de expressão, não pode ser arrogante ao ponto de se achar superior às convicções de outras culturas.
E claro, tomo como exemplo o assunto do momento…quando a tal liberdade de expressão nada mais é do que simples provocação e ultraje.

Os ocidentais acham divertido fazer chacota à custa dos profetas dos outros e depois queixam-se que os muçulmanos respondem da pior maneira.
Neste caso foi na Dinamarca (país mais que xenófobo) onde um jornal publicou intencional e ofensivamente caricaturas de Maomé. Reparem que a ofensa não é só a representação de Maomé, é o modo como ele é representado. Como se de um terrorista se tratasse, pregando a violência e transformando todos os seus seguidores em terroristas. Nenhum povo pode aceitar tal provocação! Quando um povo é ridicularizado desta forma, a liberdade de expressão torna-se um instrumento de opressão.
Não terão eles o direito de protestar contra o ultraje, ainda que seja na linguagem do fanatismo?

Não se pode nem deve cercear a bendita da liberdade de expressão?
Ai não? Então e se fossem caricaturas (perdoem a brutalidade do exemplo), do menino Jesus a ser sodomizado por padres pedófilos? Ah pois, além de ilegal originava um tsunami. Cambada de hipócritas!

Justifica-se a proibição da liberdade de expressão quando esta é usada para ofender e humilhar, podendo desta forma incitar à violência?
Na minha opinião, sim!


Tex




bush_passion_2.jpg


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