Está tudo maluco ou quê?
Um amigo da Tex mandou-nos este texto engraçadissimo. Benvindo Jorge ao clube do UJ :)
Num determinado centro comercial apareceu uma loja com coisas que pareciam brinquedos nas montras e dentro tinha mesas, cadeiras, etc. tudo com visual infantil. Num canto vi produtos com ar de serem champôs ou cremes.
Tendo em conta o crescimento do número de sobrinhas e sobrinhos (por via directa e indirecta) e admitindo que seria mais um local para “tomar conta de” ou “entreter” a pequenada, resolvi entrar:
- “Então?!”, perguntei à senhora atrás do pequeno balcão amarelo vivo e que se distinguia das outras duas pelo seu ar de patroa, embora nenhuma delas estivesse activa, “qual é o negócio aqui?”
- “Cabeleireiro infantil” ripostou. ‘Say what?!’ pensei, enquanto olhava para os tais tubinhos e manuseava o cartão da loja: a arrogância da nossa interlocutora contrastava com a timidez do dito cartão que tinha o nome, morada e telefone do sítio e mais nada; ou seja, não explicitava a actividade!
Semi-refeito da surpresa, indaguei:
- “E é entre que idades…?”, “Não temos limites!” interrompeu.
Mmmm… mas eu, como tio favorito e responsável (normalmente estes dois conceitos não co-existem… a não ser que se pronuncie irresponsável) tinha que saber melhor o que é “infantil”.
Ora bem: os bebés, mesmo bebés, devem estar fora do conceito; as teenagers colocam-se elas mesmas fora porque já vão ao cabeleireiro das mães. E mesmo antes de serem teenagers – segundo a definição isto começa aos treze anos (thirteen) porque doze não se diz “twoteen” – mesmo antes dos treze, portanto, já estou a ver crianças de 9, 10 ou 11 anos a dizer às mães que aquela loja não é para elas que já são crescidas.
Sobraria assim um leque de idades muito fechado… mas isso é problema de quem montou o negócio.
Por falar nisso, os olhos detectaram instintivamente (… para economista) a tabela de preços: em tamanho A4 num suporte vertical em acrílico.
Dois títulos sugeriam que haveria dois departamentos diferentes; debaixo de cada título diversas linhas com actividades e respectivo preço.
A primeira metade da folha era Cabeleireiro – agora já não era surpresa – e tinha cortes, lavagens, etc. Como leigo nestas matérias lembro-me que, apesar de tudo, respeitei a imaginação necessária para inventar mais de dez linhas diferentes.
O segundo título dizia Depilação!
... umas linhas abaixo dizia “perna”.
... noutra linha dizia “virilha”!!
- “Isto… também é… prá clientela… INFANTIL?!” gaguejei, na esperança de ser logo insultado e esclarecido que as mães também teriam com que se ocupar enquanto as princesinhas tratavam do cabelo.
- “CLARO QUE É!” respondeu a empresária, com vontade de me insultar… mas por ter duvidado.
Está tudo maluco ou quê? E quem estiver, por favor, não me pergunte pelos preços… que eu não consegui ler mais.
Jorge Cardoso