O que doi mais?
Uma excelente musica para uma excelente texto da Xinxa
"I don’t want to watch The Street on TV
I don’t want to hear about your day
I’ve got no time to hear
About how much you care
Shut your mouth and come this way
I'm the weirdo in your bedroom
And I can see you in the dark'
Tonight’s the night I shed my wicked soul
I take it out on you and watch you lose control
Tonight’s the night I shed my
Tonight’s the night I shed my
Tonight’s the night I shed my wicked soul
My wicked soul..."
O que dói mais
Em mim,
É julgar o amor eterno...
É sentir-me despojada,
Aturdida de madrugada
No despertar
Do relógio da tua alma...
Incerta...
Incerto...
Pois sim!
Que eternidade
De etéreos esporos
Que expulsas
Dessas gengivas cerúleas
Há tão pouco tempo!!!
Pois sim!
Que eternidade passou,
Para que essas certezas,
Tão tesas que as tens,
Me franzirem a jugular,
Qual animal ameaçado...
Touchè!
Subjugada!!!
Eis o logro intocável,
Como a cândida canção de embalar,
Ou a história de um velho urso polar.
Vegetariano...
É o que dói mais,
Ninguém o jura eternamente...
As tuas toxinas
Corrompem a minha cavidade
Com flashes descartáveis
Da tua (antiga?) amante,
Rasgando-te o baço e as virilhas...
Impiedosamente.
Consulta o roteiro
No teu roteiro, vem assinalada!!!
Vês?
Eis a perversa inocência...
Aquilo que "nada tem de mal",
(mas eu tenho...)
Aquilo onde "tudo está bem"
(mas eu não...)
Por lá se fala o "não teve significado",
Ou ainda o "não teve intenção",
Ou mesmo o "estritamente profissional"...
Entre as fronteiras das "desculpas?"...
E a política do "AMOR ETERNO?" ...!?!
O céu turva,
Como as minhas pestanas,
Húmidas mas honestas,
Constipadas por cheirar o vazio
Desse "eterno belo amar".
As minhas nádegas vão suspirando,
Cambaleantes,
Embaraçadas
Ante a tua pútrida perspectiva felicidade.
xinxa
( Deixo aqui um repto, o que vos doi mais? )
Comentário em Destaque:
De Sísifo a 15 de Junho de 2006 às 17:39
A mim por vezes doi não saber porque doi...
O Bruno Nogueira tem um texto que se chama "dói"s"-me" e é o seguinte: "Dói-me. Dói-me muito. E não sei onde. Dói-me quando olho para ti, quando te vejo já ao longe, de cigarro encarcerado entre os teus dedos tão monstruosamente pequeninos. Dói-me saber que só te volto a ver quando já for tarde, e quando a dor se cansar de tanto me cansar. Tenho as mãos suadas e o coração a transpirar de tanto dar voltas e revira-voltas. Dava tudo para saber estancar o palmo e meio de rasgo que me fazes na carne, não para o fazer, mas só para saber como actuar em caso de extrema urgência, que de urgência já eu vivo. Dói-me muito, mas não sei onde. Se agora mesmo entrasse nas portas cansadas de um qualquer hospital, ficaria dia e meio para explicar onde e o que me dói. E ainda assim, dia e meio depois, estaria exactamente no mesmo ponto da conversa. Estaria de frente para uma bata branca, curvado de dores, de soro a violar-me o braço e o sangue, e de coração semi-risonho, como uma criança que faz das suas e olha para o lado para que ninguém a veja. "Juro que me dói senhor doutor, juro-lhe." De que vale explicar uma dor a quem nunca a sentiu? A dor que me causas passa os limites de cinco países juntos. Apetece-me beber-te a conta-gotas. Dói-me. Dói-me muito. E quando me disseres onde, vai doer-me muito mais."