Cronicas de um esquizo II
O segredo está em não analisar.
Não consigo, não consigo deixar de analisar, não consigo deixar de tentar perceber tudo o que se passa à minha volta. Decifro os códigos nas entrelinhas, as letras das músicas e o significado dos filmes tentando aprender.
Podia simplesmente ouvir e gozar do que não tem propriamente de fazer sentido, mas as obras de algumas pessoas transcendem-me. É bom saber que o mundo não dorme porque no meio desta selva toda sempre há quem pense, e melhor que isso, exprime o que pensa.
Centenas de vezes algo desapareceu porque eu pensei. Ora isto impede-me simplesmente de gozar o que é bom
É como se estivesse a beijar a vizinha, e de repente analizasse o que estava a fazer. Aparentemente nada, tirando o simples facto que ela é casada, e eu também. Ora por muito bem que ela beijasse ou se empenhasse em beijar ao analisar a situação quebrava o momento e o beijo ficava de imediato em ferida.
Um dia destes visto-me de mulher para quebrar esta mecânica involuntaria de procurar um sentido, e ai vou poder finalmente apreciar as coisas mais simples, como a beleza de uma flor.
Esquizo