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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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22
Dez05

A todos um Feliz Natal!

Cereza

Feliz Natal da Bonecarussa e da Tex
Já agora vejam a doçura do pedido do meu sobrinho ao pai Natal... pelo menos é menos exigente que o Guldan



Conta-se que Elvis Presley, querendo agradar à sua filha de 6 anos e não sabendo o que havia de lhe oferecer, deu-lhe um anel de diamantes. Conta-se também que a mulher nunca deixou a filha usá-lo, culpando o marido pela aberração da oferta.

Desconheço se isto é verídico ou não, apenas sei que as ofertas que as crianças recebem são, frequentemente e no mínimo, discutíveis… digamos assim. Falo em quantidade, qualidade e valor.

Grande parte da miudagem hoje em dia acha que o dinheiro nasce nas caixas Multibanco pelo milagre da multiplicação das notas ou por uma qualquer generosidade dos senhores do banco que lá colocam o dinheiro… não pensam que custa a ganhar e nós também não os ensinamos.

Mas quando chega o Natal ou nos aniversários, os brinquedos aparecem, quer sejam comprados na famosa Hamleys ou na loja dos 300 mais próxima… e aparecem como se em cada casa houvesse uma convenção de bonecada: carros ou bonecas, legos, jogos de play station ou tradicionais, livros, telemóveis, computadores, motas, carros… para não falar da roupa e calçado que os garotos tendem sempre a achar que não são prendas. Os embrulhos são rasgados ansiosamente mas a pressa não é para verem o que lhes coube em sorte, mas sim para passarem rapidamente ao presente seguinte…

Conheço garotos que recebem uma prenda do pai e outra da mãe, da avó e avô e por ai fora, fazendo-se excursões a sua casa para ver a pilha de presentes, que faz concorrência em altura com a árvore de Natal do Terreiro do Paço…

Devemos dar tudo às crianças? Devemos deixá-las escolher o que querem? Devemos abrir a carteira e não olhar a meios para as alegrar? Devemos aderir ao espírito do ‘amanhã não sei se posso dar, portanto hoje dou tudo’? Devemos explicar-lhes quanto ‘vale’ o presente que querem… ou são muito novas para se terem que preocupar com essas coisas? E se são muito novas, quando devem começar a aprender, numa tentativa de lhes incutir respeito pelo dinheiro… pelo seu e pelo dos outros? Devemos dar e deixar dar curso livre à quantidade de presentes? Devemos lembrarmo-nos do que demos nos anos anteriores para… superar a oferta?

Podemos não ter filhos, mas temos sobrinhos, filhos de amigos ou outros familiares pequenotes e com o Natal à porta penso que é matéria que se impõe…
Como última nota quero dizer que não está aqui em causa qualquer critério sobre se as crianças merecem ou não… Indiscutivelmente, todas merecem! Como merecem lugar de destaque os presentes que os garotos fazem na escola, nos tempos livres, com as suas próprias mãos!



bonecarussa




Natal 2005 011 copy.jpg




Descalcem-se os pés sobre a terra húmida de todos os que teimam em vinganças e sentimentos mesquinhos…

Deixem de acordar a dizer “quero mais!” …acalentem antes, sonhos de harmonia e
paz e maravilhem-se com a luz das estrelas…
Olhem para o mundo, e apreciem o milagre da vida.

É tempo de preencher o coração com humildade e gestos de ternura…
Até todos sentirem essa ternura o Natal não existe…

Quero-vos a todos felizes para que também o meu Natal seja feliz.

Foto e texto daTex



texinha.jpg


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