Feliz Natal da Bonecarussa e da Tex
Já agora vejam a doçura do pedido do meu sobrinho ao pai Natal... pelo menos é menos exigente que o Guldan
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Conta-se que Elvis Presley, querendo agradar à sua filha de 6 anos e não sabendo o que havia de lhe oferecer, deu-lhe um anel de diamantes. Conta-se também que a mulher nunca deixou a filha usá-lo, culpando o marido pela aberração da oferta.
Desconheço se isto é verídico ou não, apenas sei que as ofertas que as crianças recebem são, frequentemente e no mínimo, discutíveis
digamos assim. Falo em quantidade, qualidade e valor.
Grande parte da miudagem hoje em dia acha que o dinheiro nasce nas caixas Multibanco pelo milagre da multiplicação das notas ou por uma qualquer generosidade dos senhores do banco que lá colocam o dinheiro
não pensam que custa a ganhar e nós também não os ensinamos.
Mas quando chega o Natal ou nos aniversários, os brinquedos aparecem, quer sejam comprados na famosa Hamleys ou na loja dos 300 mais próxima
e aparecem como se em cada casa houvesse uma convenção de bonecada: carros ou bonecas, legos, jogos de play station ou tradicionais, livros, telemóveis, computadores, motas, carros
para não falar da roupa e calçado que os garotos tendem sempre a achar que não são prendas. Os embrulhos são rasgados ansiosamente mas a pressa não é para verem o que lhes coube em sorte, mas sim para passarem rapidamente ao presente seguinte
Conheço garotos que recebem uma prenda do pai e outra da mãe, da avó e avô e por ai fora, fazendo-se excursões a sua casa para ver a pilha de presentes, que faz concorrência em altura com a árvore de Natal do Terreiro do Paço
Devemos dar tudo às crianças? Devemos deixá-las escolher o que querem? Devemos abrir a carteira e não olhar a meios para as alegrar? Devemos aderir ao espírito do amanhã não sei se posso dar, portanto hoje dou tudo? Devemos explicar-lhes quanto vale o presente que querem
ou são muito novas para se terem que preocupar com essas coisas? E se são muito novas, quando devem começar a aprender, numa tentativa de lhes incutir respeito pelo dinheiro
pelo seu e pelo dos outros? Devemos dar e deixar dar curso livre à quantidade de presentes? Devemos lembrarmo-nos do que demos nos anos anteriores para
superar a oferta?
Podemos não ter filhos, mas temos sobrinhos, filhos de amigos ou outros familiares pequenotes e com o Natal à porta penso que é matéria que se impõe
Como última nota quero dizer que não está aqui em causa qualquer critério sobre se as crianças merecem ou não
Indiscutivelmente, todas merecem! Como merecem lugar de destaque os presentes que os garotos fazem na escola, nos tempos livres, com as suas próprias mãos!
bonecarussa
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Descalcem-se os pés sobre a terra húmida de todos os que teimam em vinganças e sentimentos mesquinhos
Deixem de acordar a dizer quero mais!
acalentem antes, sonhos de harmonia e
paz e maravilhem-se com a luz das estrelas
Olhem para o mundo, e apreciem o milagre da vida.
É tempo de preencher o coração com humildade e gestos de ternura
Até todos sentirem essa ternura o Natal não existe
Quero-vos a todos felizes para que também o meu Natal seja feliz.
Foto e texto daTex