Que las hay, las hay!... I
Mais uma história real... Alias o Flyman já tinha falado desta historia num comentário seu...A ida a um astrologo que o impressionou bastante...Fica aqui a primeira parte... Segue amanhã a continuação!
( Fotografia de Erwin Olaf - "Ceasar" )
Muitas vezes afirmamos coisas nas quais cremos piamente. Temos opiniões que nem sonhamos algum dia mudar. A vida encarrega-se de nos trazer novidades, mesmo quando menos esperamos. Aí somos obrigados a redecorar as nossas cabeças e arrumar as ideias de maneira diferente. Pelo menos até aprendermos que não devemos recusar uma ciência que à partida desconhecemos... Devemos estar sempre abertos a novos ensinamentos e não considerar o nosso livro de aprendizagem definitivamente fechado. Por toda a vida.
Quando num dos meus voos em princípios de Outubro de 2000, fui ao Rio de Janeiro, ouvi uma colega minha comentar que iria a um astrólogo excepcional que acertava em tudo. Humm... Acertava tudo??? Um astrólogo??? Pois sim, tá bem... Mas fiquei a pensar naquilo. O registo que eu tinha até essa altura do Rio era a mística do seu ambiente, diferente de todas as cidades por onde até aí tinha passado.
De tanto ouvir histórias de astrólogos, tarólogos, lançadores de búzios, mães de santo, da comprovada eficácia publicitada pelos meus colegas que a eles tinham ido, resolvi experimentar esta parte do folclore local (para mim não passava disso), também como forma de mergulhar um pouco mais na cultura popular brasileira, observando uma perspectiva diferente da por mim conhecida e satisfazer a minha curiosidade em relação a este assunto. Isto para além de formar de uma vez por todas o meu cepticismo em relação a estas matérias...
Chegamos ao Rio e haviam três colegas minhas que tinham consulta marcada. Eu fui na probabilidade do indivíduo também me receber no final. Cada uma levou cerca de trinta minutos. Lá chegou a minha vez. Estava um pouco indeciso e inseguro em relação aquilo. Passava-se tudo numa loja dos fundos de um mini centro comercial em Copacabana, que tinha mais uma meia dúzia de botecos. A decoração a condizer: muitos incensos a arder, muitos cristais, muitas imagens de santos e anjos da guarda, medalhas, cartas de tarot e espanta-espíritos pendurados e uma parafernália de mais coisas que nem sabia o que eram nem para que serviam. Tudo isto numa loja de 20 m2 a que se tinha adicionado no seu interior uma espécie de mezanine onde se encontrava o astrólogo e para onde se subia através de uma escada metálica em caracol.
Decidido finalmente a avançar lá fui escada acima, sem saber muito bem o que esperar. No entanto, fi-lo apenas após jurar a mim mesmo não abrir o bico para não dar qualquer pista mais sobre a minha vida, do que aquela que ele já tinha: que eu era português e da aviação. Era o que ele poderia supor depois das outras minhas colegas lá terem estado.
Flyman
( Continua amanhã...)