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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

Urban Jungle

10
Jan06

Cronicas de um esquizo II

Cereza

O segredo está em não analisar.

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Não consigo, não consigo deixar de analisar, não consigo deixar de tentar perceber tudo o que se passa à minha volta. Decifro os códigos nas entrelinhas, as letras das músicas e o significado dos filmes tentando aprender.

Podia simplesmente ouvir e gozar do que não tem propriamente de fazer sentido, mas as obras de algumas pessoas transcendem-me. É bom saber que o mundo não dorme porque no meio desta selva toda sempre há quem pense, e melhor que isso, exprime o que pensa.

Centenas de vezes algo desapareceu porque eu pensei. Ora isto impede-me simplesmente de gozar o que é bom… É como se estivesse a beijar a vizinha, e de repente analizasse o que estava a fazer. Aparentemente nada, tirando o simples facto que ela é casada, e eu também. Ora por muito bem que ela beijasse ou se empenhasse em beijar ao analisar a situação quebrava o momento e o beijo ficava de imediato em ferida.

Um dia destes visto-me de mulher para quebrar esta mecânica involuntaria de procurar um sentido, e ai vou poder finalmente apreciar as coisas mais simples, como a beleza de uma flor.


Esquizo


08
Jan06

Jungle Rave: novos dados

Cereza

All I wanna do is have some fun</br>
I got a feeling I’m not the only one</br>
All I wanna do is have some fun</br>
I got a feeling I’m not the only one</br>
All I wanna do is have some fun</br>
Until the sun comes up over santa monica boulevard (Sintra)



Pessoal do UJ






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Resolvi mudar a data do jantar, porque a outra escolhida calhava no Carnaval, o que por um lado podia ser engraçado... mas tem o inconveniente de estar tudo cheissimo.
Assim, resolvi passar para o sabado seguinte, ou seja 4 de Março!



Como disse, vai ser em Sintra, num local onde podemos jantar, tomar um copo no bar, e depois ir para a disco dar um pezinho de dança, sem sair do mesmo sitío. Gostava que esta fosse a maior festa de todas, mas sei que por ser jantar por vezes torna-se mais complicado.



De qualquer maneira espero juntar um grupo com o minimo de 30 pessoas. :P



Acho que chegou o momento de deixarmos os almoços e passarmos á "acção". Quem não tiver "boleia", que deixe nos comentários, para podermos tentar arranjar transporte para todos. Se preferirem dormir por cá, digam algo, que vou ver o que se arranja.



Agora estou só á espera que a "menina" BLOCAS, me dê as informações que pedi, para eu ir lá uma noite jantar, e combinar as coisas com o dono do restaurante!



Assim, paineleiros, comentadores e visitantes podem começar a mandar os mails a confirmar a vossa ida.Aqui fica: cereza@sapo.pt . Nesse mail digam o numero de pessoas, telefone e mail.

07
Jan06

Avós Lindos!

Cereza

Recebi este mail há algum tempo da Safira, e achei uma ternura! Porque será que os avôs são personagens tão maravilhosas? Têm uma paciência para os netos, ( que na maioria das vezes ) nunca tiveram com os filhos. Pessoalmente ADORO os meus avozinhos.

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Artigo ( supostamente) redigido por uma menina de 8 anos e publicado no Jornal do Cartaxo.
Uma delícia!



"Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos
outros.

As Avós nao têm nada para fazer, é só estarem ali.

Quando nos levam a passear, andam devagar e nao pisam as flores bonitas nem as lagartas.

Nunca dizem "Despacha-te!".

Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos.

Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior.

As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes.

Quando nos contam historias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.

As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo.

Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.

Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver televisão."

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06
Jan06

Tattoos

Cereza

Ora aqui está um texto, pelo qual esperava há muito do Suicidal Kota! Tattoos, ou melhor: tatuagens!
Inspirada no texto, resolvi dar-vos TPC para o fim de semana... Ou melhor TPC, para os que têm tatuagens! Tirem uma foto á vossa tatuagem, e mandem-me para eu publicar aqui no UJ. Vamos ver qual a mais bonita :)
Para aqueles que querem fzer uma, mas ainda têm dúvidas, podem deixar as vossas questões que o Suicidal ajuda-vos... certo Suicidal? Divirtam-se!


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Todos devemos reconhecer que existem pessoas com certo receio de fazer uma tatuagem devido aos perigos que estao envolvidos com elas... alergias, doenças transmisíveis, falta de condicões e de higiene. Há também o receio de a tatuagem ficar aquém das expectativas!

Bem... antes de alguém se meter de cabeça neste mundo dito misto de beleza-tortura, aqui vão uns conselhos:

Desenho, Tamanho e Localização da tattoo: Isto é importante! Ter uma ideia do que se vai fazer e onde! Note-se que fazer uma tatuagem é fazer uma cicatriz (ou seja... DOI!!!), a localização dela é fundamental nesse sentido e também por outra razões( seja profissional, social( país este nosso!!!) ou mesmo de estética). Um conselho: Pensa-se em algo que nos diga ou represente alguma coisa, pois o valor da tattoo vai ser maior!

Alergias!!!: Problemas de pele = Dermatologista. É aconselhável!!!

Caso já se tenha uma ideia do que ser quer, mas ainda existe aquela hesitação, receio, e queira-se ouvir mais opiniões... nada melhor que ir à fonte! A opinião do tatuador é a mais preciosa de todas e para além do mais, uma visita a uma loja esclarecem-se muitas dúvidas sobre desenhos. Existe uma variedade de desenhos e tatuagens criadas que podem dar novas ideias. A outra vantagem sobre isto é a de que se vai conhecer pessoalmente as condições desta ou doutra loja. Normalmente o material é descartável e/ou esterelizado por processos seguros

Tempo como factor: É preferível organizar tudo para se fazer a tatuagem no Fim de Verão/ Inicio do Outono do que no inicio do Verão... mostrar uma tatuagem de tronco nú é bonito mas existem riscos nesta altura do ano! Mesmo uma tattoo já com algum tempo tem de ser cuidada a época balnear (protector solar à farta em cima dela... constantemente).


Está decidido! Vai-se fazer uma tattoo! Por norma, é feita uma marcação prévia da data e da hora para a tattoo. Isto ajuda porque apesar da espectativa, uma pessoa vai-se mentalizando que vai ficar com uma marca no corpo para sempre ( existem processos de remoção de tattoos mas isto é outra conversa).

Rendez-vous, engarde!!! Depois de uns dias de uma meditação louca, chegou o dia e a hora! Após o primeiro toque da máquina na pele... não podem voltar atrás!!!

A cicatrização depende de pessoa para pessoa e do tamanho da tattoo!
Sofrimento que resulta naquela cicatrização maldosa mas por vezes deliciosa, a comichão e não se poder coçar... não se vá estragar a obra-prima! É a loucura!

Pessoalmente considero as tattoos como uma forma de arte, o que não quer dizer que todos partilhem da mesma opinião! É um mundo impressionante e existem trabalhos realizados expectaculares! Dor - uns doeu mais outros doeu menos, dependendo do sitio, mas a maioria sente aquele “bichinho maluco”, aquela “saudade” do zunir da máquina a debicar num pedaço de pele.

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Suicidal Kota

05
Jan06

Expresso Nº 85

Cereza

Antes de irmos até ao texto própriamente dito, quero antes... dar... os... PARABENS ao nosso alentejanito MARCO (Mega pros amigos) á nossa coisa mai lindaaaa... Meu querido amigo, que contes muitos e que sejas muito, mas muito feliz... um jinho para ti, e para a tua maravilhosa mamã!


Agora sim, é um texto grande, mas vale a pena a viagem com o Marco até ao Alentejo

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Expresso Nº 85, 18 horas. Lisboa, rumo a Serpa

Nunca escrevi realmente algo que fosse significativo para o meu próprio bem-estar. Pelo menos que fosse em relação a isso. Não entendo o que se apodera do meu corpo. Sabe-me bem viajar desta forma. Encontro a minha liberdade nestas longas maratonas (cheira-me a frango, alguém come uma sandes no expresso). Hum, onde ia eu? Ah… A2 rumo ao Sul, novamente.


Faço uma breve pausa, o Sol já se encosta nas minhas costas, ainda deu para lhe olhar nos olhos. Alguém grita, uma velha gorda no último banco mais um puto super obeso que não pára de comer. Só espero que não rebente até Serpa. E porque escrevo eu estas m*rdas? Nem interessam ao Diabo ou à avó torta.


Os carros passam, ultrapassam, nem lhes vejo a matricula. Quem lá vai? Quem? Quantos? Nós rolamos pacientemente, ainda me falta bastante até chegar a casa.


À minha frente três miúdas vão conversando, não as oiço. Estou na teia de Ilya, poderosa e de voz quente, arrebate-me por completo nestas viagens. Haja pilha que aguente estes meus momentos de total autismo para com o mundo. Sentado, mascando pastilha, olhando para a paisagem mais que vista. Há sempre algo de novo, nem que seja os meus companheiros de viagem… quem são eles? Pouco importa, neste momento fazem parte de mim, só de mim. Já são 19 horas e nem cheguei a Setúbal.


Uma pausa para mudar de disco, hum Transatlantic – All of The Above. Aproveito e vou comer uma sandes. E pronto, já comi e continuo pela onda de Transatlantic enquanto espero na gare de Setúbal, não sei por quem ou pelo quê.
São giras as três miúdas que estão à minha frente, duas no lado direito e outra mesmo à minha frente. Adoro este cheirinho a menininha (era suposto dizer coisas destas?). Porra, sinto-me velho e estou cheio de migalhas.


Morena e de olhos pestanudos, cabelo escadeado, com dois ganchos, engraçadinha. Do lado direito uns olhos azuis puros, sorriso simpático e nariz com personalidade. O nariz à minha frente é correcto, fino e seguro. Esta tem personalidade mesmo. Parece que fala! A outra que vai ao lado, junto do vidro parece-me ser morena, mais não consigo ver. Há mais duas lá para a frente mas pronto. Quando entrei no expresso olharam-me da cabeça aos pés. E esta m*rda de escrever em andamento é uma cegada do caraças! (Nota: ainda na onda de Transatlantic)


Aproveito um semáforo vermelho para escrever mais depressa, mas a porra do tempo que levei a descrever o que se passava, o sinal ficou verde. Pronto, olha outro vermelho mesmo ao pé do Jumbo. Que venha a auto-estrada, apetece-me comer alcatrão até Serpa. Chegar a casa, enviar um fax para Tóquio e ir beber uns copos. Cerveja… cerveja…


De que mais vou falar? São 19h32m, coço a sobrancelha direita com o polegar esquerdo, pegando ao mesmo tempo no caderno. Nem o Gervásio conseguia fazer isto, lembram-se dele? Reparo que nem dei pelo semáforo abrir. Agora deu-me sede mas só tenho um Ice Tea, que se lixe, como a outra sandes a seco. Será melhor aguentar? Mas para quê aguentar? Em Grândola compro qualquer coisa. Sendo assim terei menos tempo para fumar. Como acabo de passar as portagens, o expresso deu um solavanco e fiquei com um risco enorme do caderno.


Oh, como é simples fazer um relato destes, basta escrever. Até é vergonhoso estar a poluir o ambiente com isto. Cá continuo a escrever sem me cansar e sem saber realmente porque o faço.



Já dorme a do nariz correcto, daqui consigo ver um pouco do seu rosto. Abandona aos poucos as suas amigas e a sua consciência, enquanto isso acabou Transatlantic – My New World. Pura coincidência, a miúda adormece no final da música. A miúda do nariz com personalidade olha vagamente para a paisagem, perdida entre as ervas dos campos e a linha do horizonte.
Não gosto do nariz da que olhou para mim quando entrei (Nota: reparo agora na minha esferográfica de óleo. Está no fim, que cena!). Já dormem as três miúdas, pelo menos descansam neste filme.


Será que não tenho outra caneta aqui na mala? Que facada! Ando com o caderno tempos e tempos sem escrever, agora que me apetece está a caneta quase no fim (Novamente uma Nota: Elas não usam brincos, yeah!).


O Sol encosta-se mesmo por trás de mim, aquece-me lentamente o pescoço. Despede-se de mim aos solavancos no expresso dos tremeliques. Velocidade de cruzeiro, trespassando aos poucos o campo, na língua negra de alcatrão. Deus, leva-me a casa se assim tiver de ser. É nisso que acredito, é isso que me faz viver, eu. Faz-me sorrir, tal como as quase duas horas que ainda tenho de viagem, assim espero.


A terceira ainda não dorme, só dá para lhe ver os olhitos. Vou é guardar tinta da caneta para qualquer eventualidade de maior relevo (E mais uma Nota: ai estas pestanas que vão mesmo à minha frente… ai ai).


O Sol agora beija-me o rosto no lado direito. Tiro os óculos escuros e olho para aquele gigante amarelado.. bolas! Distrai-me e nem dei por acordarem. Meteram-se à conversa novamente. Eu continuo autista na onda de Transatlantic. Passo agora pela grande placa que diz ALENTEJO, assim, graaaaaande! É um pouco como estar em casa, e lá se foi Transatlantic.


Sempre achei piada aos ganchos no cabeço. Mas já me dói o traseiro de estar sentado. A bem dizer desde as 15h30 que não estou nem 5 minutos de pé. A mudança em Lisboa fez-se de forma rápida e directa, sem direito a cigarro. Agora pergunto-me, estava eu a olhar para os ganchos do cabelo e vim parar aqui. Ai nicotina...


Oiço agora Enchant – Living in a Movie, vem mesmo a calhar, não é? Parei um pouco para esticar os braços mas acho que vou voltar a uma nova pausa. Já chega de óculos escuros por hoje. Daqui a pouco já vou meter aos que estou condenado. Começa agora e na onda de U2 – Discothéque.


Olha… o nariz correcto vai cuscando para o meu caderno pelo meio dos bancos, porquê? Apetece-me um cigarro, nada mais. Apesar de tudo, sinto-me livre dentro destas viagens, isto quando a vontade de urinar ou algo pior não me atraiçoam. Por vezes é bem mais forte que o meu poder de abstracção da realidade. Repenso no que escrevi, abstracção ou assimilação do que me rodeia? Uma realidade assimilativa abstraccionável talvez. Bom, esta agora até me deu para pensar se me haveria de … ou não. Para que conste, acabei por não o fazer (O raio da Nota: passo agora pelos arrozais de Alcácer ao som de U2 - Do You Feel Loved).


O nariz correcto adormece novamente, a sua boca faz um leve beicinho assim dormindo. Melhor que isso, a caneta ainda tem qualquer coisita, é capaz de durar o resto da viagem. Eu que ando sempre com duas canetas na mala, bolas. Podia pedir emprestado ao nariz correcto ou ao nariz com personalidade. Então e porque não à velha gorda e rezingona do último banco? E novamente me questiono, para quê escrever isto tudo?


São agora 20h12m e vou na onda de U2 – Mojo. Os minutos passam e eu vou olhando para a estrada. Tu e eu que olhamos para além destas quatro horas. Fazes parte do meu filme, da minha viagem. Bebes água enquanto escrevo, sei que sentes a minha presença, já vou assim desde Lisboa. Sinto-me na obrigação de agradecer a todos os ocupantes deste expresso. São eles que me motivam e estimulam, salvo outro qualquer tipo de estimulo. Sei lá, por vezes acontece-me nas viagens… isto… isto coiso!



Enquanto vou sorrindo maliciosamente e sem saber porquê (Ohoh!), as luzes acendem-se sobre a minha cabeça. São 20h21m e tenho uma fila de luzes azuis de cada lado, eis a minha pista de aterragem ao som de U2 – If You Wear That Velvet Dress.


Acabou-se este momento de paz dentro do expresso. A velha e o puto obeso atacam novamente o farnel de forma violenta. Este resmalhar frenético de sacos de plástico sobrepõe-se ao meu autismo para com o mundo. Um cheiro a chouriço invade o habitáculo… deu-me fome. Sorrio e vou continuando a escrever, enquanto isso as miúdas mais à frente passam as mãos pelo cabelo… largam pêlo! O nariz correcto vai levitando nas luzes dos postes (Nota: são 20h26m, saímos da A2). Ela levita na luz meio laranja, o mesmo tom de cor que me passa pelas folhas do caderno.


Enganaram-me, a saída da A2 é já depois de Grândola, afinal este sacana só vai parar em Ferreira do Alentejo. A estrada é má, Stª Margarida do Sado está perto, a luz natural escasseia lá fora. Ligam-se as luzes do lado direito, não incidem sobre mim, muito menos no caderno. Vou esperar mais um pouco ao som de Neurosis – A Sun That Never Sets. São 20h33m e mal vejo o que escrevo. Espero, uma luz que se acende mas não me serve de nada. Já escrevo às escuras, tenho de mudar de banco.


Neste momento são 20h38m e já me encontro no outro lado, atrás do nariz com personalidade. O correcto repara em mim, é bom ver-te novamente desperta para a vida. És nova, jovem… não tens maldade no rosto nem olhos que denunciem ódios, talvez por agora. Daqui consigo ver a terceira jovem, tem brincos… oh. (Música às 20h41m, Devin Townsend – Bad Devil).


Neste lado vou mais apertado mas não sei porquê. Olha para um banco e para outro mas não distingo qualquer diferença na distância com os da frente, nem as costas dos mesmos. Para ter luz e continuar a escrever tenho de ir com os joelhos cravados no plástico das costas do banco.

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Passamos agora por Figueira dos Cavaleiros às 20h44m. O tal… volta-me a incomodar, eu reprimo-o com um golpe seco. Seco, infalível e impiedoso! As mulheres devem ser infalíveis nesta técnica, ou então sabem como não fazer barulho. São 20h46m e vou ao som de Dysrhythmia – Bastard, outra musica que calha bem.


Vejo Ferreira do Alentejo ao longe, já falta pouco para o cigarro, a latinha de Sumol de Ananás e libertar este… maldito. Assim espero… ai! A caneta por vezes falha! A paragem teve direito a dois cigarros e à libertação do maldito. Na verdade foram assim três pouco espaçados. São agora 21h08m e o puto obeso não pára de comer. Pela conversa que ouvi da velha rezingona, presumo que sejam de Serpa (Agora ao som de Dysrhythmia – Body Destroyed, Brain Intact)


Esta pausa deixou-me meio em branco, foi um corte. Vou beber o Ice Tea porque a sede aperta e não havia Sumol em Ferreira. Ice Tea de manga bem morno, juntamente com o bafo típico de expresso, maravilha! Poderia eu ser um tipo mais sortudo? São 21h13m e já despachei o sumo de uma só vez.


Chegamos a Beringel ao som de The Missing – Boogey Man às 21h16m. Já não sei o que escrever. A música transmite-me pesadelos nocturnos e tenho vontade de espancar na velha e no puto apenas por maldade. Por sorte chega a onde de Collide – Euphoria. Lembro-me bem desta música, foi a responsável por me ter inspirado entre a viagem aos montes e vales, algures em Portugal. Voltei-os a redescobrir num abrir e fechar de olhos. Dançando ao ritmo dos pinheiros e eucaliptos. Peguei na minha armadura e senti todos os penedos e cristas de pedra a rasgar-me o coração. Foi renascer em parte, foi mostrar à luz do dia mais um pouco de mim. Saio desta viagem com um horizonte mais abrangente.


É Beja que se vislumbra já aos poucos, faltam poucos quilómetros. Lá vão os meus olhos calcorreando estas planuras, regressando à terra a que pertenço. São 21h23m e pelos meus ouvidos passa The Missing – Family Values. Rotunda de Beja, viramos à direita, mais uma volta pela variante, blá blá blá. Outra rotunda, blá blá, McDonalds, blá blá, e lá estará a gare. Entro precisamente em Beja às 21h28m, começa Liquid Tension – Biaxident.


Ponho agora a hipótese de o expresso esvaziar por completo. A maioria dos ocupantes, como sempre, fica por aqui. Bingo, beijinhos e abraços a quem sai, eu quero é chegar a casa. Só somos meia dúzia e cheira-me novamente a chouriço. A velha feliz por se fazer sentir presente. Agora desprovido da maioria das minhas personagens nem sei o que faça.



O expresso toma novamente o rumo serpenteando as ruas da cidade. São 21h33m. Às 21h38m chego à última rotunda e saio de Beja. A minha tribo contacta-me para saber por onde ando. Ânimo, já não falta muito. Procuro Serpa na linha do horizonte e não volto a escrever sem ver as luzes. Passo agora pelas Neves, ali está Serpa no horizonte, ao alcance dos meus olhos (suspiro). São 21h42m e vou ouvindo Lambchop – Sunrise. Vou-me encostar um pouco no banco, bem preciso.


Vou saboreando a música e a escuridão da planície enquanto regresso, sem muitas pressas. Passo pela placa que distancia o meu refúgio a 14km às 21h46m. Oiço Lambchop – Low Ambition. Sentindo no corpo e na pouca distância, o final desta viagem e o começar de outra. Começará assim que esta finalizar. Cada dia é um dia, são vidas que entram em mim, são imagens que me alimentam e me fazem largar todo este mundo. Faço parte dele e ele de mim, estou feliz.


Mergulho em Lambchop – There Is Still Time a escassos segundos de passar o Guadiana, entro no tabuleiro da ponte às 21h51m. Lá fora está escuro, mas sei que Serpa brilha para mim. Sinto-me o único ser vivo neste expresso. Não vejo ninguém à minha frente. Vão todos recostados nos bancos.


São 21h53m, despeço-me agora da viagem antes que chegue e não tenha tempo de escrever o final. Foi apenas o relato de uma parte da viagem, esta começou bem de manhã, perdido no mapa. Por onde andei eu e onde já estou, haja maior felicidade que esta que me passa pelo pensamento. Sorrio já com Serpa ao meu lado direito. Passo pelas bombas de gasolina ao som de Lambchop – Nothing Adventurous Please.


São agora 21h56m e espero que entre já aqui… virou! Rotunda dos bombeiros às 21h57m e com o castelo iluminado à minha esquerda. Acabo aqui a minha viagem pelas linhas de papel. Obrigado caneta por te teres aguentado. Um sorriso para tudo e todos, para mim principalmente. O ponto final tem de ser aqui. Até…


(Última Nota: o expresso pára às 22h01m na gare. Escrevo já em terra firme)



Marco Neves – 12-04-04

04
Jan06

Apatia

Cereza

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Apatia é um disparo indolor no braço.
Uma morte não dolorosa sem teu regaço.
É perecer de velhice sem um sequer laço.
Viver eternamente sem ter meu espaço.

Apatia é tropeçar pesado por não ver.
Não saber rostos para os não esquecer.
É saber das tuas cores mas não conhecer.
Ter-te perto de mim e não o perceber.

Apatia é correr por campos inodores.
Ver árvores e não poder sentir flores.
É não cheirar nenhum dos meus amores.
Não ter sequer essência em meus horrores.

Apatia são gritos meus saídos moucos.
Lamentos, relambórios eternos e loucos.
É sentir-me, inaudível, escoar aos poucos.
Declarar paixões em sussurros roucos.

Apatia é beijar e não sentir gosto algum
Seres diferente a saber como qualquer um.
É deliciar-me em paladar e sentir nenhum.
Desejar que tudo isto não fosse comum.



by Bárbara Sousa aka Narag
27 de Dezembro de 2005


03
Jan06

A cores!

Cereza

Tinha este texto guardado na pasta do blog, mas não apontei logo o nome ou nick do autor, por isso peço imensa desculpa.

Por isso peço a quem de direito, que se faça "ler".

( Já apareceu a dona : Ó despassarada!! Eu culpada me confesso. Sou a autora dessa esparvoadela e enviei-ta há uns tempos atrás :)

mathiott
@ janeiro 3, 2006 12:36 PM


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Numa das minhas mais recentes divagações, desta feita sobre os relacionamentos, ocorreu-me uma analogia entre estes e as cores, já que estão muito na moda as «amizades coloridas», que é coisa que antigamente não se ouvia falar, ou se namorava ou não. Ou éramos namorados/as ou amigos/as.

Tal como as cores, havia as cores base e as restantes eram misturas. Os relacionamentos convencionais e os ‘à parte’, ou seja, as misturas.

Hoje há toda uma complexidade de relações e de cores também, já não nos limitamos ao amarelo claro ou escuro, há o limão, o mostarda, o verde pode ser bandeira, alface, pinho e por aí fora. Mas afinal o que é isso, uma «amizade colorida»?

É que na verdade nunca ninguém me soube explicar e o termo é tão usado que a única elação que consigo tirar é que se trata de um pseudo-namoro onde todo e qualquer tipo de compromisso foi abolido; a chamada ‘curtição’. Que pode ou não incluir mais que um parceiro/a, de forma a deixar sempre uma porta aberta, sob perspectiva de se poder encontrar sempre coisa melhor, ou que mais nos convenha.

Esta premissa apoia-se noutra, a de que não desviemos o olhar do nosso umbigo porque ele vem sempre em primeiro lugar.

A palavra namoro tornou-se assustadora, por ser comprometedora., por prever uma evolução da relação para algo mais sério ou com uma maior durabilidade. Mas se antigamente terminar um namoro representava um enorme problema, hoje apenas requer um pouco de bom senso e determinação. As pessoas fazem opções, têm (ou deixam de ter) sentimentos por outras e há que aceitar o facto de quererem, ou não, continuar com o/a parceiro/a.

Então porquê arranjar todas estas variantes para o definir?

Iremos assim, assistir nas gerações futuras a uma parafernália de cores derivadas de outras? Talvez se crie um vermelho inferno, um verde baço ou um azul gritante E qual é o lugar do coração no meio deste arco-íris?

E finalmente, se as amizades sexuais são coloridas, as outras, as que não incluem sexo, serão a preto e branco…??

Mathiott



Need you tonight - INXS
"So slide over here
And give me a moment
Your moves are so raw
I've got to let you know
I've got to let you know
You're one of my kind

I need you tonight
'Cause I'm not sleeping
There's something about you girl
That makes me sweat..."


01
Jan06

Pimeira "Jungle-rave" de 2006

Cereza

E lá entramos em 2006...
Por isso o primeiro post, é para marcar o próximo encontro do blog!

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Desta vez alterou-se um pouco a filosofia dos nossos encontros, já que não vamos fazer um almoço, mas sim um jantar, para depois continuarmos pela noite.

A "Jungle-megarave" desta vez é em Sintra, e o local está a ser estudado...

Para já temos em vista um sitio (indicado pela blocas ) onde se pode jantar bem, beber um copo, e depois "abanar o capacete". Quanto á data, está previsto para o dia 25 de Fevereiro!

Mais para a frente darei mais novidades, e vou pedir ajuda uma das nossas "relacções públicas" para me ajudar na organização.

(Alguém se oferece?)

Comecem a pensar no assunto!




Bom ANO!


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