Ora aí está algo que faltava no blog... uma história fantasmagórica. A experiencia é da Queen
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Estive a pensar se escreveria este texto ou não e se sim, como o fazer... e mesmo assim, corro o risco de ser considerada maluca. (Mais ainda!) :)
Vá, fora de brincadeiras... este é um assunto como muitos outros, sobre algo que é falado desde tempos remotos, com mais ou menos importância; isto, dependendo de quem leva a sério, ou não.
Então, cá vai...
No mês passado, uma grande amiga minha combinou comigo uma ida a Coimbra por 3 dias, não só com o intuíto de uma pequena mudança de ares, como fazendo também parte de um projecto para ganharmos um dinheirito extra. Consistia em irmos para uma casa antiga, desabitada há 9 anos, situada na zona histórica, para darmos uma limpeza, abrir janelas, dar um arzinho habitado.
A casa tem cinco pisos e estava, obviamente, coberta de pó e cheirava imenso a bafio. A dona da casa, uma pessoa já de idade avançada, tenciona pô-la à venda brevemente, daí querer que lhe déssemos uma desempoeirada geral. Até aqui tudo bem. A zona era gira, sossegada, com mais prédios antigos e recuperados à volta, um cafézinho simpático e uma vez descendo a rua e passando pelas arcadas, estavamos no meio de todo o tipo de comércio local e ruas simpáticas.
No 1º dia chegamos já ao anoitecer, estivemos a dar uma olhadela geral, não só para nos familiarizarmos com a casa e ver o que seria necessário em relação às limpezas, como para escolhermos um quarto onde acampar. Resolvemos ficar com o da dona da casa, por ser mais amplo e menos atravancado de móveis.
Já nessa altura, havia uma sensação de que talvez a casa não estivesse assim tão desabitada...
Começamos por limpar a casa de banho e a arrecadação ao lado e, a seguir, fomos dar uma voltinha e escolher um restaurante para jantar. A seguir, fomos para casa dormir, pois tínhamos muito que fazer no dia seguinte. A minha amiga adormeceu primeiro e eu mantive-me acordada bastante tempo, não só porque estranhava a cama, mas também tinha a sensação de que não estavamos sozinhas ali dentro. Acabei por conseguir adormecer, mas não foi propriamente um sono repousante.
No dia seguinte, pegamos na tralha e resolvemos começar pelo último andar, o sotão. Para a tarefa ser menos monótona, levei também o leitor de CDs portátil, as colunas que havia comprado no fim-de-semana anterior e dois CDs de Depeche Mode. Pousei aquilo em cima de um móvel, liguei e dei então início à limpeza. A primeira canção decorreu bem, mas a partir da segunda, aquilo começou a dar problemas, género encravar a meio, ou saltar faixas, até acabar por se silenciar. Fui ver o que se passava. O CD não estava riscado ou algo do género, as pilhas eram novas, o equipamento também e tinha funcionado tão bem durante a viagem, que não percebi o que se passava. Voltei a ligar aquilo e desta vez, desatou a dar problemas logo na primeira canção, outra vez a encravar, a dar sinais de ir avariar e acabou por se calar sozinho. Eu já resmungava, porque aparentemente, estava tudo bem e não entendia o que estava a acontecer. Acabei por desistir. Mais tarde, fiz a experiência de usar o leitor fora da casa e este funcionou bem... o que me fez pensar que a entidade não tinha os mesmos gostos musicais...!
Ao fim da tarde, entramos no quarto do 3º piso, acendemos a luz... e notamos variações de temperatura lá dentro, a luz a tremelicar e a faíscar de vez em quando e a nítida sensação de que não estavamos sós. Chegamos a considerar que era ali o foco principal. Era incómodo, ao ponto de começarmos a trocar impressões, coisa que havíamos evitado um pouco desde que tínhamos chegado à casa. A minha amiga, muito calma, disse: Acho que este era o quarto dos sogros da dona da casa. Provavelmente, o que aqui anda deve ser a sogra dela, um tanto contrariada por estarmos a invadir o quarto. Coisa que acho natural, porque também eu me chatearia se visse pessoas no meu quarto a mexer nas minhas coisas...
Ah, devo esclarecer que tanto a minha amiga e eu somos sensitivas, embora a percepção de cada uma seja diferente da outra.
A cena que mais me impressionou foi à noite, na altura em que estavamos a descansar no quarto por baixo desse. Estavamos a conversar e a aquecer os pés no aquecedor, quando de repente, ouvimos o som de passos no quarto de cima. Olhei para cima, num misto de espanto e impressão (senti os pêlos da nuca a arrepiar) e nisto, a minha amiga disse: Ainda bem que estás aqui para comprovar isto. É que houve uma altura em que foste lá abaixo à cozinha e ouvi os passos lá em cima. Se não soubesse que estavas lá embaixo, pensaria que andarias por ali.
Ao contrário do que se vê nos filmes, nenhuma mostrou interesse em ir lá acima ver o que se passava. Passou-me pela cabeça agarrar na máquina fotográfica e ir tentar a sorte, mas a coragem falhou-me. Ainda comentei: Sabes, uma coisa é ver estas cenas nos filmes, outra, ao vivo... isto faz-me impressão. É a primeira vez que passo por uma destas...
Nessa mesma noite, também me vi doida para adormecer, porque a sensação de uma presença a mais estava um pouco mais forte, embora, felizmente, não ficasse por muito tempo. No dia seguinte, ainda consegui dar um tom de brincadeira, ao dizer Olha, tivemos uma visita aqui no quarto, já tu dormias...
A resposta foi: Pois, é natural que tenha vindo.
Ao fim de um tempo, fui-me habituando àquilo, pois, das duas, uma: ou andaria impressionada os dias todos, ou passaria a encarar a sensação como se de algo normal se tratasse.
Como é meu costume fazer, por acaso.
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Queen_Akasha