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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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25
Fev06

Os sete pecados capitais II

Cereza

Este comentario do Abel ao artigo anterior (Os sete pecados mortais) é tão lindo que tive que publicar!




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Se ao menos eu pudesse dominar tudo isso? Ai se eu fosse capaz… Todas essas ferramentas interferem com o nosso interior e depende da forma como as agarramos. Na maior parte das vezes magoamo-nos. Por isso, estou a falar do bem-estar de cada um, ou seja, da felicidade, que é a palavra que a maioria adopta.

Os chavões do texto emanam potencial que ofusca o brilho do nosso interior e a alegria de viver (acrescentaria a ética e o sentido de justiça). Assim, precisamos de “libertar o espírito de todas as toxinas que nos envenenam” (Ricard Matthieu) e abrir espaço ao estado de realização interior, relegando para último plano a satisfação dos desejos (ilimitados) materiais, isto é, resolvendo primeiro os conflitos íntimos (“fazendo as pazes com o próprio”), sabendo que “a maior parte das perturbações interiores nascem de emoções perturbadoras e podemos morrer. Por vezes a manifestação descontrolada (sob pressão) pode provocar doenças mortais. “Pode-se morrer de apoplexia num acesso de cólera ou consumirmo-nos literalmente de desejo obsessivo” (Ricard M.), certamente por não se estabelecer o diálogo interior.

O diálogo e identificação de alguns dos sete pecados que contribuem para o bem-estar: O “prazer é apenas a sombra da felicidade” (Provérbio hindu). Dois processos mentais diametralmente opostos não podem surgir em simultâneo (Budismo). O amor e o ódio – “Inverno do coração”, segundo Victor Hugo, podem estar presentes mas não o desejo de prejudicar alguém e, em simultâneo, fazer-lhe bem (talvez a eutanásia… talvez…).

O desejo e seu aliado, o prazer, são muito sedutores. A inveja e o ciúme (os piores) traduzem a impotência de impedir a felicidade ou o sucesso dos outros. O ciúme por vezes é violento e destrutivo.

O orgulho e a humildade, o ciúme e a confiança, a generosidade e a avareza, a tranquilidade e o nervosismo são estados incompatíveis como as faces da moeda. Uma delas é dor e sofrimento, a outra emoção de felicidade.

A preguiça entorpece os órgãos e paralisa o corpo. Exercício físico e actividades culturais são bons antídotos.

Avareza possessiva não faz amizades porque trabalhamos sem gozar, gastamos a vida obcecadamente sem pensar, criando riqueza para gastá-la no fim da vida com a doença ou morremos sem arranjarmos tempo para a agastar.

A boa gula, companheira dos sabores, ao vivermos para comer afasta a saúde porque não se come para sobreviver. Em jeito de conclusão, um poema delicioso: “As chamas ardentes da cólera enrugaram a onda do meu ser.

A densa obscuridade da ilusão cegou a minha inteligência.

A minha consciência afoga-se nas torrentes do desejo.

A montanha do orgulho precipitou-me nos mundos inferiores.

O vento áspero da inveja arrastou-me ao Samsara.

O demónio da crença no ego amarrou-me com firmeza.” (Rinpoché). Ricard, Matthieu (2005), Em defesa da Felicidade, Editora Pergaminho, Lda, Cascais.


Abel

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