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É preciso que entendam que não sou uma vampira qualquer... pertenço a uma espécie superior..."creme de lá creme"... que busca a todo o instante o belo e a perfeição. "Impossível direis vós"... Pois eu garanto que é verdade. Sou uma "Toreador". Eu explico... Há 5 clãs de vampiros ... clãs esses que não se misturam. Alias tirando os Toreador os restantes grupos são seres altamente repugnantes. Para que entendam a diferença entre cada um destes clãs, passo a enumerar e explicar as diferenças.
Nosferatus : Os primeiros dos vampiros. Trazem o horror e o medo para todos aqueles que os vêem na sua verdadeira forma. Autênticos lobos com pele de cordeiro. Primários, apenas bebem o sangue das vitimas para se alimentarem, nada mais.
Malkavianos São o nómadas e forasteiros dos Vampiros. No sangue corre-lhes a força dos Lobishomens e a astucia dos ciganos. Convivem com eles porque são praticamente como família. Têm um ancestral em comum: Lilith. Foi ela, que depois de deixar o paraíso, os pariu numa floresta.
Tremere Os mais estranhos do vampiros, embora bem organizados e dedicados. São agressivos e manipuladores. Muito inteligentes, e altamente dependentes do sangue. Não apenas para saciarem a fome, mas para adquirirem poderes extraordinários.
Assamita Os fundamentalistas. Os predadores nocturnos. Matam elementos do próprio clã. Muitas vezes são contratados para matar... e se for preciso seguem a presa até o fim do mundo para o conseguir. São misteriosos, escuros, assassinos puros.
Brujah Os anarquistas. Dependem do caos para sobreviver. São agressivos, egoístas, e vingativos.
Giovanni é o clã que mais se preocupa com a família... e é regido com mão de ferro pelo patriarca.São negociantes, comerciantes e especuladores abastados. Não gozam a vida.. ou estão a manipular os vastos bens, ou então estão enfiados em criptas praticando os seus rituais mórbidos.
Depois existimos nós... Os belos e perfeitos Toreador...Os amantes da arte, os pervertidos, exuberantes, hedonistas, cativantes, passionais... e ... humanos. Somos os desejados. Todos querem a nossa companhia pela luz que irradiamos. A nossa personalidade é o nosso maior trunfo... um poder subtil, mas altamente perigoso.
Fugimos do asqueroso, do feio, do repugnante. Refugiamo-nos nos nossos palacetes faustosos, cheios de obras de arte... vivemos uma vida sem limites, como se não houvesse amanhã. Assim ganhamos o nome de degenerados. Mas que nos importa isso? O que interessa é apreciar, sentir, saborear... Beber o sangue da nossa sublime presa (homem ou mulher é-nos indiferente) é a mais explosiva dos emoções. Aquele néctar, um misto de doce e salgado que nos abrilhanta os lábios e nos entra para as veias... é o nosso êxtase. Acreditem que nada me dá mais prazer, que sentir a minha bela vitima entregar-se incondicionalmente aos meus loucos devaneios... sentir que ela própria afasta a roupa do pescoço para eu cravar sem esforço os meus caninos... senti-la desfalecer de prazer para logo a seguir acordar já faminta de sangue.
Já diziam os meu antepassados no "Clanbook Toreador":
"Música, luzes, beleza e sangue! Mergulhe nisso. Agarre-o com essas mãos sufocantes. Segure-o contra seu seio morto. Erga-o até lábios sem vida e beije-o com uma boca que nada conhece além de mentiras obscenas. Isso é a vibração que você não pode sentir. Isso é a excitação raivosa que você esqueceu. Isso é o sedutor canto da sereia que falta em você. Isso é inspiração. Isso é vida."
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Tornei-me uma Toreador há alguns séculos, num palácio renascentista, junto a um qualquer canal que banha a cidade Italiana de Veneza. O vampiro Armand foi o Senhor que me deu vida eterna. Armand um antigo Toreador... oh, não é dos mais antigos, mas guardou consigo o espírito dos antigos, embrenhado no obscurantismo de uma época. Ele foi o primeiro a ver o humano não apenas como uma presa, mas como família, amigo, e amante. O Mestre Armand ensinou-me que a existência dos Toreador não tem o sangue como principal combustível, mas sim a paixão.Talvez por isso nos conseguimos misturar facilmente com os humanos, despertando neles as mais fortes e perversas paixões. Assim é fácil entender que os Toreador são os únicos vampiros a ter sentimentos.
Lembro-me da primeira vez que vi Armand. Foi em Paris, tinha eu 13 anos, e apesar de ser ainda uma simples e jovem mortal, já vivia no seio dos Toreador... Numa noite quente de Setembro, assistimos á maior manifestação de paixão e entrega... Num castelo seu, a algumas centenas de quilómetros de Paris, Armand organizou o mais belo ritual de vida eterna. Escolheu uma bela e inocente camponesa, que por muito que tentasse não resistiu aos encantos do Mestre. Ela estava lá por vontade própria. Ela mesmo entregara o seu destino ao mais encantador dos Toreador.
Assistimos ao "Ritual-Espectáculo" sentados em poltronas de veludo vermelho, com taças de prata, cheias de sangue novo e morno.... Todo aquele ambiente já me fazia fervilhar por dentro. Imaginava o momento tão ansiado de me tornar numa vampira... numa bela e inatingível Toreador. Sonhava com Armand.... E a verdade é que foi ainda mais apaixonado que aquele momento que presenciava.
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Entre a plateia, havia centenas de vampiros e mortais... eu era um deles. Subitamente apareceu Armand, que se aproximou da jovem arrancando-lhe a roupa, enquanto lhe sussurrava ao ouvido palavras de paixão e morte...
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Depois carregou-a nos seus braços até ao centro do teatro... Todos sentiram nas veias aquele momento de pura luxuria...
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Ao pousa-la, passou as suas finas e delicadas mãos pelo pescoço da presa... olhou-me nos olhos, e num gesto brusco e surpreendente, cravou os dentes e bebeu o seu sangue... Quase senti o sabor dela na minha boca... ah, doce néctar!
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De seguida deixou-a cair... para que vampiros mais famintos de outros clãs a sugassem até saciarem a sua fome. Como um cordeiro, á mercê de uma matilha de lobos.
Quando a cortina caiu... Armand com a boca e as vestes ainda manchadas de sangue, fitou-me de maneira lânguida e obscena, e eu entendi de imediato, que seria ele a dar-me o prazer da vida eterna.
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Apenas consegui dizer: I want some more! (Quero mais!)