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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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Urban Jungle

07
Fev06

Ponto Final!

Cereza

Este é um texto na minha opinião muito bem feito... Não tem pontos finais, só mesmo no fim... e as ideias estão de tal maneira encadeadas, que nem se consegue mesmo fazer uma pausa.

Os espaços que deixo, são apenas para facilitar a leitura. Bonecarrusa parabens!



( Te escribo desde los dentros
De mi propia existencia
Donde nacen las ansias, la infinita esencia
Hay cosas muy tuyas que yo no comprendo
Y hay cosas tan mias pero es que yo no las veo )





Passavam os dias e eu a pensar que tinha que contar, não podia deixar passar mais um dia, lembro-me claramente de todos os momentos em que decidi fazê-lo e em que nunca o fiz, por medo ,

por falta de oportunidade, por mudança de planos, por chover, por fazer sol, mas agora não podia passar, a cada dia era mais um sufoco e era mais um dia que passava e era mais uma mentira e depois arranjava falsas desculpas, se ele sabe mata-me, se eles não sabem mato-me eu a mim própria, mas eu sou tão cobarde, nunca me conseguirei matar,

para morrer que me mate outra pessoa que não seja eu, não quero ficar com as mãos sujas, mas que se lixem as mãos, eu tenho é que limpar a minha consciência, fugir também não consigo, então tenho que ser capaz de enfrentar quem não me quer matar, mas o mais provável é condenarem-me ao ostracismo, nunca mais me dirigem a palavra,

nunca mais partilhamos cumplicidades e sorrisos e gargalhadas e lágrimas e deixamos de trocar amizades verdadeiras que são os cromos dos crescidos que fazem da vida e do dia a dia as colecções, tanto que custam a sair certos cromos, são os mais difíceis e quando se têm não se podem perder, custe o custar e há coisas que custam tanto, tanto que eu queria não saber como certas coisas custam, mas sei e tento no dia a dia compensar com outras, esquecer, como se esquecer fosse tarefa fácil,

mas eu tenho tantas em cima de mim que até esquecer consigo, de vez em quando, mas de quando em vez lembro-me e lembro-me que não posso fazer mais disparates, já tenho a minha conta, já chega, com certeza não vim ao mundo só para isto,

deve haver alguém que quer disparatar também, tenho que deixar algumas asneiras para outras pessoas e tento-me convencer a que assim seja, mas depois há um íman qualquer que me puxa e que me leva ao desastre outra vez e por vezes gostava tanto de ser uma pessoa normal, com pensamentos normais, com gostos normais, mas afinal, penso também, que anormalidade é que tenho, nenhuma, sou vulgar, faço coisas vulgares, se não o fizesse, nada disto teria acontecido, e eu não me sentiria culpada, é sempre assim, sentir-me culpada de algo de que não tenho culpa, eu quero convencer-me disto, mas a verdade é que tenho culpa sim senhor, para a não ter tinha que ter estado sossegada, mas eu não sou capaz,

se ao menos a minha cabeça parasse um bocado, talvez eu conseguisse alinhavar as ideias, tanta esperança que eu tinha na semana que ia estar sozinha e ia pensar e ia-me decidir, ia rescrever as coisas e até era capaz de andar no tempo e apagar algumas coisas, mas não, alguém tinha que me mudar os planos, mais uma vez é sempre assim,

quando eu preciso desesperadamente de tempo para mim, roubam-mo, a mim que dou tempo a toda a gente, que invento tempo, que o faço nascer, mas não, não é uma recriminação, nem um lamento, é uma constatação pura e simples, até porque eu gosto de dar tempo seja a quem for, tenho prazer nisso e eu tenho que ter prazer nalguma coisa, não posso andar de prisão em prisão, as minhas asneiras não foram tão grandes assim, ou pelo menos é o que eu penso, mas devo pensar mal, só pode ser, senão já tinha aberto um buraco qualquer e já tinha fugido e eu ainda não fui capaz de o fazer,

tanto que eu gostava de ser como os homens que corriam mundo das histórias da minha avó, mas acabo por me contentar com os mundos que correm na minha cabeça e com a amizade de certas pessoas que valem mundos.

Corridos e por correr.



Bonecarussa





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