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Urban Jungle

pensamentos, divagações e tangas da selva urbana

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12
Fev05

Gosto de beijar!

Cereza

É deplorável que me sinta tentado a pensar! Por ignomínia, como tenho repetido sempre, mais uma vez vivi tudo completamente sozinho. Que me importa a provocação de olhos frios? Não me aquece a noite. Neste aeroporto, perdido no meio de nada, em Stansted, dormem pelos cantos imitações de uma humanidade pouco esclarecida e muito pouco esclarecedora. Tão intragáveis quanto o café com leite que me serviram, lançando olhares meio entorpecidos – surpresos – mulheres, quase sempre aos pares, mostram pedaços de pele como se eu pensasse, sequer, na pele de mulheres intragáveis.



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Cigarro após cigarro, vou queimando o tempo desta espera que se demora, perfurando a noite muito devagar. Valha-me que, como é habitual, são quase sempre morenas – ao menos não me desvio nem por um momento da senda que me foi distribuída pelo plano da minha paixão – e parece que te trago agarrada a mim. Será ? Convences-te que é carinho o que deposito através de todas as minhas acções. Convences-te que é amor – “O amor só convém aos que são capazes de suportar essa carga psíquica.” (Charles Bukowski) – Não será?

Mas está a fazer-me muito bem estar aqui. O torpor já me passou. (O raio da morena no bar, até de costas, não deixa de olhar para mim. Serve-se dos olhos da amiga para me provocar). Raios, mais 24 horas e deixava-me convencer.

Por terras de S. Majestade está um tempo ameno. São quase 5 horas da manhã e, de repente, à minha volta sucede uma explosão de vida.

(Se levanta mais a camisolinha vou acabar por lhe ver os sovacos. Peles!)

Será que esta minha atitude para com as mulheres é condenável? É, deve ser. Daí que, cada vez mais, vozes agudas de contralto chamando-me filho da outra, cresçam continuamente. O pior é que, quanto mais sou pior, mais pareço transportar um íman. Porra, eu devia ser anexado! Um dia ainda vou tentar a castração psicológica.

Ouvindo Gary Moore, finalmente entrei num universo mais bonito. Como é diferente depois do check-in. Finalmente no meio de pessoas “vivas”. Interrogo-me acerca dos diferentes destinos destas pessoas todas. Algumas destas mulheres devem ir para o céu, de tão lindas que estão. Não me custaria muito admitir partilhar com elas um pouco deste inferno que trago sempre comigo. Vou-me interromper, na escrita, antes que comece a gritar “how much I miss you”.



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Às vezes penso que é uma maldição eu escrever assim. Temo por tudo que pode acontecer por causa da forma como escrevo. Sinto-me desprotegido! Ao escrever, seco-me, seca-me a alma. Como se me chupassem por dentro, caem-me mulheres na vida, apenas interessadas em chupar-me por dentro. Começam sempre por procurar alguma coisa dum “inner” inexistente e, é inevitável, acabam sempre por me estender os braços, num abraço que termina sempre num amplexo sistemático e violento, agressor – Amor! Não sei se aguento. Consigo contar, facilmente, meia dúzia de desvios emocionais, perdidos entre aquilo que eu escrevo e aquilo que eu abraço. É duro permanecer. Sou inconstante. Não existe um mínimo de consistência naquilo que ofereço. Realizo-me com esta fome permanente e inultrapassável que tenho de laços – I’m addicted to sex.

Gosto imenso de beijar. Tudo aquilo que termina com um beijo, acaba bem. O pior é esta incapacidade que as mulheres têm para resistir a um beijo. Desde que beijem, abrem uma auto-estrada para o sexo. Ao menos se entregassem sem se justificarem. Mas não, há sempre o amor, a promessa, os olhos muito abertos, a relação. Esvaziam-me. Vou passar a colocar um qualquer aviso em tudo aquilo que escrever, do tipo : Perigo, sexo! Assim, as suas personalidades hesitantes e incapazes de fugir ao logro, quiça, se coíbam de me chuparem por dentro.



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Maslow


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