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<p><strong>Eu nem tenho palavras para uma introdução a este trabalho do Abel... Não tenho porque o acho simplesmente fantastico!
Sei que o Abel tem tido imenso trabalho, alias sei que nem sabe para onde se virar. A ele peço desculpa de não pôr uma musica portuguesa, mas achei que este video do Michael Jackson foi feito para ESTE TEXTO! Chama-se Black or White (Desculpem a qualidade, mas videos do MJ já não se encontram assim com tanta facilidade, sinais do tempo!)
Ao Abel quero apenas dizer... Benvindo, tinha saudades de te ler! Obrigada amigo!</strong></p>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width=100%><tr><td align=center><BR><BR><img alt="mjackson1.jpg" src="http://bbb.blogs.sapo.pt/arquivo/mjackson1.jpg" width="400" height="302" border="0" />
</td></tr></table>
<P>Ao ler uma agenda bolorenta (de 2001) do Ministério da Saúde, deparei com uns versos perspicazes que me deram o mote para o assunto, já largamente debatido pela sociedade global e, de certa forma, incompreendido por uma boa parte das gentes. Antes de o apresentar vou fazer uma reflexão.
Embora a comunidade científica não seja unânime quanto à definição ou identificação, as raças que conheço são: negra, branca e amarela, vista numa perspectiva do senso comum. Os antropólogos dividem a espécie humana em raça Mongolóide (grupo ancestral do Continente Asiático), Negróide (grupo ancestral do Continente Africano) e Caucasiano (grupo ancestral do Continente Europeu).
Podemos verificar assim que as pessoas são negras e não pretas (é significativa a diferença) como tristemente muita gente ignora.
Segundo a comunidade científica, o ser humano provém do mesmo tronco dos símios, sem que (como erradamente por vezes se diz) sejamos forçosamente descendentes dos macacos.
Esta comunidade crê também que a origem do homem está no centro de África (por ter encontrado lá os primeiros vestígios do ser humano ou artefactos assim parecidos) e evoluiu ao longo de milhares de anos. Essa evolução de que falo, pressupõe transformações que determinaram a hereditariedade (genes) e as características físicas ou fisiológicas. A evolução resultou assim no ser humanos que somos hoje.
O ser humano não teve origem num bom Adão e numa bela Eva, mas sim num grupo ou grupos humanóides, ou em vias disso, expandindo-se pelo globo. Falo do Neanderthal (que predominou a Europa e Ásia Ocidental e desapareceu há 30.000 anos aproximadamente), Cromagnon (que apareceu há cerca de 50.000 anos atrás), Homo Sapiens, de quem somos descendentes (homem moderno) e tantos outros de que alguns investigadores apontaram ser diferentes espécies provenientes do mesmo tronco, tal como os símios.
Nessa sua expansão geográfica crê-se que, de África, caminharam para Sul e para Norte, e já com os continentes ligeiramente afastados entraram pelo Norte da Ásia, atravessaram o Alaska (hoje assim conhecido e muito antes de Cristóvão Colombo lá ter aportado) e povoaram todo o Continente Americano.
Como mudamos de cor? Qualquer ser sobre a terra leva, em média, cerca de 80.000 anos (Conceptualmente conhecemo-nos há cerca de 5.000 anos, tempo insuficiente para o funcionamento de qualquer fenómeno biológico) para se transformar e baseia-se nas cópias genéticas que vamos sucessivamente passando às gerações seguintes, o clima e as características das regiões em que o ser humano habita.
Por exemplo, as narinas alargadas, o cabelo carapinha, físico esguio e a pigmentação são adaptações do ser humano (negros) às regiões tórridas de sol intenso e muito calor. Os seus primos do Norte da Europa (esquimós) têm cabelo liso, tom de pele acastanhada (pigmentada) para se protegerem do gelo (que também queima) e engordam para protecção do frio. Mais abaixo, os Nórdicos, têm cabelo liso e pele esbranquiçada porque não necessitam de se proteger do sol nem do calor e o clima frio (do gelo) tem outra dimensão. Etc. Somos de certa forma todos primos e primas
em 1º, 2º, 3º
21, 22º grau
.. etc
.. (Bryson, 2003).
Assim sendo, como posso entender a raiva do Hitler, a luta entre Católicos e Protestantes, a agressão entre Judeus e Palestinianos, o ódio entre pretos e brancos (cenas de racismo na Europa) ou brancos e pretos (cito o caso de Robert Mugabe e as herdades de descendentes de colonos no Zimbabwe)? O nosso próprio país que se diz não racista, está e esteve envolvido nisso. Lembremo-nos da expulsão dos judeus cujos descendentes foram figuras proeminentes nos países Nórdicos em vários campos do saber. David Ricardo (Inglês de descendência Portuguesa) no campo da Economia e tantos outros são exemplos disso.
Somos poucos os que ficamos indiferentes ou nos regozijamos que um filho ou filha se case com um preto(a), quero dizer negro(a)?
Por isso, falar de raça, quando nos referimos à espécie humana, passará a ser, no futuro, autêntico disparate. Deveremos referir cultura e o termo etnia deverá ser aplicado com muito cuidado. (Étnico é característico de uma região). Etnia negra e etnia japonesa são formas mal disfarçadas de racismo, continuando a ser a frase um autêntico disparate.
Daqui a milhares de anos, se o Homem permitir, seremos certamente diferentes porque mudamos completamente o nosso modo de vida e a nossa estrutura mudará também. A facilidade com que saltamos de continente para continente, a nossa vida citadina atribulada e turbulenta, o comportamento do homem e da mulher em sociedade, as novas tecnologias, a comunicação, etc. etc... é a alavanca para a alteração que se adivinha.
Deixamos de ser caçadores
e passamos a ser nómadas
egoístas, destruidores da natureza, abatemos os outros seres, somos cheios de manias, curiosidades
e odiamos os outros pelas suas características infinitamente pequenas e insignificantes, quando comparadas com as primeiras. Temos uma vida inteira à nossa frente e essa mudança não é para o nosso tempo nem sequer para o dos nossos bisnetos. Um dia todos mudaremos de cor. Descansemos
por agora porque não é para já...
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width=100%><tr><td align=center><BR><BR><img alt="kkk_022.jpg" src="http://bbb.blogs.sapo.pt/arquivo/kkk_022.jpg" width="400" height="300" border="0" />
</td></tr></table>
E agora, os tais versos:
<strong>Amigo branco, algumas coisas deves saber:
Quando nasço, sou preto
Quando vou à escola, sou preto
Quando apanho sol, sou preto
Quando tenho frio, sou preto
Quando tenho medo, sou preto
Quando estou doente, sou preto
Quando morro, sou preto
E tu amigo branco?
Quando nasces, és cor-de-rosa
Quando vais à escola, és branco
Quando apanhas sol, ficas vermelho
Quando tens frio, ficas azul
Quando tens medo, ficas pálido
Quando estás doente, ficas amarelo
(Quando te zangas comigo, ficas verde
(Quando o Glorioso perde ficamos transparentes)
E quando morres, és cinzento
E és tu que me chamas pessoa de cor?</strong>
<Anónimo>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width=100%><tr><td align=center><BR><BR><img alt="mjackson2.jpg" src="http://bbb.blogs.sapo.pt/arquivo/mjackson2.jpg" width="400" height="302" border="0" />
</td></tr></table>
Bibliografia que inspirou e baseou algumas das inserções ao tema
Jones, Steve (2002), Y A Descendência do Homem, Gradiva, Lisboa
Bryson, Bill (2003), Breve História de Quase tudo, Quetzal Editores/Bertrand Editora, Lda, Lisboa</P>
<P><STRONG>Abel Marques</STRONG></P>